segunda-feira, outubro 31, 2005

Não como Patton

Como Patton, escrevo versos. E quando passo por campos de batalhas de minhas vidas passadas, algo se passa em mim. Ora nostalgia, ora tristeza. Só tristeza...

Diferente de Patton, não amo a guerra. Faço-a por necessidade. Um guerreiro não por vocação. Mas "por pura falta de opção".

Ainda passo pelos meus campos de batalhas. Propositalmente... Tenho que recolher os estilhaços de mim mesmo que ficaram dos meus passados mortos. Recolho e recomponho. Para estar pronto para uma nova vida. Uma nova guerra.

quarta-feira, outubro 26, 2005

Palavras que importam

As palavras de letras são frias. Já as palavras de voz são mais quentes. No entanto, as palavras de atos são as mais contundentes. Elas queimam, marcam. Podem machucar. Ou podem reconfortar, acalentar, proteger.

O que é dito por atos, pode ser impensado muitas vezes, mas é sempre genuíno. O que é feito, é muito mais confiável do que é falado e do que é escrito.

Palavras são palavras. O conteúdo é mesmo. A forma é o que importa.

terça-feira, outubro 25, 2005

Novo regime

Senhoras e senhores! O recrudecimento, apesar de desagradável, faz-se necessário! Elas não dão o devido valor. Como temos observado, apenas quando perdem, sentem a falta, valorizam aquilo que acabara de escapar entre os dedos...

Não adiantou docilidade. Não adiantou prestabilidade. Elas não querem isso! Choque! Parece que elas só funcionam com choques!

E terão! Declaro em vigor a Lei do Taleban, em alusão ao regime fundamentalista que vigorava no Afeganistão. Agora seremos radicais com as criminosas. Punições severas, pena de morte, para quem não se enquadrar com as novas diretrizes.

Hoje, até a meia-noite, teremos a primeira lista das condenáveis!

sexta-feira, outubro 21, 2005

Dor de cabeça

Bri-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá- tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-t á-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá -tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá- tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-t á-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá -tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá...

Bri-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá- tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-t á-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá -tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá- tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-t á-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá -tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá...

(algum alívio)

Bri-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá- tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-t á-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá -tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá- tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-t á-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá -tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá...

Tum... Tum... Tum... Tum... Tum... Tum... Tum... Tum... Tum... Tum... Tum... Tum... Tum... Tum... Tum... Tum... Tum... Tum... Tum... Tum... Tum... Tum... Tum... Tum... Tum... Tum... Tum... Tum... Tum... Tum... Tum... Tum... Tum... Tum... Tum... Tum... Tum... Tum... Tum... Tum... Tum... Tum... Tum... Tum... Tum... Tum... Tum... Tum... Tum... Tum... Tum... Tum...

(um comprimido de dipirona sódica)

Glup!

Bri-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá- tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-t á-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá -tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá- tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-t á-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá...

quarta-feira, outubro 19, 2005

Alerta

Este era corrompido pelo poder que sempre ambicionou. "O poder corrompe e o poder absoluto corrompe absolutamente", era o que já tinha ouvido em alhures. Deu que cruzou o seu caminho. Não titubeou. Era mais um assecla corrompido pelo monstro terrorista. Jurou liquidá-lo. O monstro e todos os seus seguidores.

Deu-se o feroz combate. O cavaleiro conhecia bem seu oponente. Já travaram pequeno embate no passado. Sabia de suas técnicas e artimanhas. Foi impiedoso. Desferiu um certeiro golpe em sua perna. O assecla bambeou e partiu arrastando-se, na esperança de fugir do golpe fatal.

E fugiu. O cavaleio foi misericordioso. Deixou que escapasse. "Este é tão vítima quanto os que são aterrorizados pelo monstro."

- Ó corrupto! Estarei vigilante! Se abusar do poder de novo, eu não repetirei a dose de compaixão!

Um pouco adiante, do chão, o assecla voltou-se para o cavaleiro. Seus olhos chisparam. E continuou se arrastando.

sexta-feira, outubro 14, 2005

Da produção

Enquanto o sistema excretor produz e lança os dejetos para o sistema de esgoto, outros tipos de dejetos são excretados pelo sistema imaginatório. É um ócio forçado o qual o sistema geral é submetido. As idéias são inevitáveis.

Injustificando

É preciso o ócio para ensejar o pensamento. São nos momentos de ócio que surgem as idéias. Por isso a escassez de letras. Mesmo as impensadas.

segunda-feira, outubro 10, 2005

À procura

Definiu um novo objetivo na vida. Deixar de lutar pela luta em si, e dar sentido a esse dom.

Ouvira rumores sobre a existencia de um monstro que fazia brotar o temor nos corações das pessoas, acovardando-as e submetendo-as a situações de constrangimento. Descobriu, há pouco, que o tal monstro também tinha outras duas habilidades. Uma, a de corromper os homens de almas involuídas e impuras, tornando-os seus asseclas. A outra, a de fabricar alguns de seus asseclas. Todos os seus seguidores têm a função de causar o terror por onde quer que vão, assim como tal monstro faz por onde vai.

Está a caça de um desses asseclas. Jurou acabar com todos os seus seguidores e, por fim, se ainda estiver vivo, liquidar o terrível monstro.

sexta-feira, outubro 07, 2005

Nada

Nada. Às vezes não dá nada. Às vezes nada dá. E muitas vezes nada dá em nada. Nada, nada.

terça-feira, outubro 04, 2005

Rexistindo

Pode até ser que não haja diferença entre existir e não existir. Mas eu existo. Eu resisto.