segunda-feira, novembro 28, 2005

Sina incompreendida

Mesmo fazendo o que era certo, o bem, fez o mal. Não importa os fins, é o meio que determina a culpa ou a inocência. E mesmo com a consciência limpa e tranquila, o Tribunal lhe considerou culpado. Foi punido.

Essa acabou tornando-se sua sina. Toda vez que faz o bem, que sua consciência não o recrimina, acaba fazendo mal. É punido, é rejeitado e o que fica é o gosto amargo da incompreensão no meio da goela.

quinta-feira, novembro 24, 2005

O que é o amor?

Amo aquilo sem o qual não vivo. Mas não amo o ar, a água, o calor. Não amo a comida.

Quem amo, um dia, não estará mais aqui. E terei que continuar vivendo por aí.

Não sei o que é o amor.

Infinito = nulo

Existo porque tenho fim. Um dia não existirei mais. Não direi "eu existi", mas dirão "ele existiu". E o que não tem fim? Quem dirá que existiu?

Deus?

O Universo é infinito, no entanto você ocupa um lugar no espaço. Um sobre infinito resulta em número real. E infinito sobre um?

terça-feira, novembro 22, 2005

... mas não falei

Queria falar do entorpecedor odor das rosas vermelhas, e da minha recém-obsessão por rimas e pela bela poesia. Queria falar do belo, da beleza da minha bela. Queria falar de alegria...

Cochilo

Estava numa sala de aula. Assistia a uma palestra de um doutor em sei-lá-o-quê. Era um congresso de alta patente, pois a maioria dos ouvintes também eram mestres ou doutores.

Cochilou. Não sabia se o assunto era interessante. Estava com muito sono.

- Ei, psiu! Acorde! O professor não gosta que cochilem em suas palestras! Sussurrou uma voz ao seu lado.

Despertou. Olhou na direção de onde vinha voz. Era um macaco! Sua estatura era de um humano, estava vestido de terno e estava sentado ao seu lado. Mas era um macaco! Um chimpanzé, salvo algum engano.

"Será que estou sonhando?"

E estava. Despertou novamente. Estava sentado no vaso do banheiro do escritório.

Olhou o relógio. Cinco minutos deviam ter se passado.

NEXT ERRORLEVEL

Os erros dos outros são dos outros, toleráveis. Os meus, imperdoáveis. Não posso errar, nunca pude. No entanto...

sexta-feira, novembro 18, 2005

Tudo é passageiro

Bastou a estranheza pela calmaria, pela leveza da alma e pela paz no coração. Bastou me esforçar um pouquinho para desconfiar de tanta bonança. Que descobri motivos para entristecer.

Sou passageiro aqui.

Inédito encontro

- Pensei que só iria encontrar-te morto! Será que me acostumarei contigo?

Ela apenas sorriu. O cavaleiro sorriu também. Lembrou-se que ainda empunhava sua espada e baixou a cabeça.

- Não desejo mais lutar. Sinto que essa espada me será inútil. Mas não consigo largá-la!

O sorriso continuou em seus lábios. Ele soergueu um pouco a cabeça e a encarou.

- Quero tocar-te, abraçar-te! Mas a armadura...

Uma vida inteira de lutas. Uma vida inteira em guerra. A vida inteira se preparando para a próxima batalha. O corpo treinado para atacar e ser atacado, suportar o peso das armas e armaduras e a dor da vitória de cada batalha. Como seria o fim de uma vida assim?

Com a paz. A vida do guerreiro termina quando seu coração é pacificado. O coração pode encontrar a paz quando morto ou quando não houver mais dor para suportar.

O fim da guerra é a paz. Ou é um par de olhos verdes que sorri com ternura para o coração.

sexta-feira, novembro 11, 2005

Combatendo o mal

"O terror e todo o sofrimento decorrente é a finalidade do mal. Elimina-se o medo e o mal perde o sentido." - anônimo

quinta-feira, novembro 10, 2005

Batalhas que não se adiam

Cavalgava na floresta por uma trilha. Divagava com o silencioso barulho da mata e filosofava sobre sua vida consigo mesmo. De súbito, algo o fez emergir de si.

Um ataque ao flanco do alto de uma árvore. Conteve a espada atacante com o escudo, mas foi derrubado do cavalo.

Reconheceu o agressor. O mesmo que fora atingido por sua misericórdia e mantido vivo após a derrota no último combate. O assecla do terrível monstro corrompedor de mente e corações.

quarta-feira, novembro 09, 2005

Inédita bonança

A demasiada tormenta acabou. O céu é de brigadeiro. O mar, azul e calmíssimo. Os ventos correndo na direção certa - a direção certa escolhida pelo capitão. E os marujos continuam inquietos...

sexta-feira, novembro 04, 2005

O primeiro cavaleiro branco

- Pare!

Os gritos frenéticos de sua mãe o levaram aos aposentos de seus pais. O pai agredindo a mãe foi a cena com que havia se deparado.

- Pare! Está ensandecido!

- Vou matar essa vadia!

- Não! E se lançou contra o pai.

Rolaram pelo chão. O pai o agarrou e o atirou contra a parede. Era um homem grande e forte, conseguiu lançar seu filho, no auge da forma física, com extrema facilidade.

O pai voltou-se à mãe. Chutando-a, agora. Os gritos cessaram.

O filho levantou-se, e novamente atirou-se contra o pai.

- Suplico-lhe, meu pai, pare!

O pai se desvencilhou do empecilho que lhe agarrava o pescoço, lançando-o ao chão. E agora, voltou seus chutes contra ele.

- Garoto, vou lhe ensinar uma lição!

Enquanto recebia os golpes, notou sua mãe inerte no chão. Um desespero lhe tomou. Conseguiu se levantar e com uma força nunca antes reunida, desferiu um soco no nariz do pai, que não suportou a potência do golpe e quedou-se ao chão. Percebendo que o pai não oferecia perigo momentaneamente, correu junto ao corpo da mãe, que estava estendido.

- Mãe! Mãe! Ela não respondia. Estava desacordada. Possivelmente, morta.

Limpado o nariz sangrante, o pai se levantou. E desembainhou sua espada.

- Vou acabar com sua raça! Pegue sua espada, pois vai morrer como um bastardo que é!

...

Acorda. O mesmo pesadelo. A mesma realidade imortalizada no subconsciente. "O que não está no consciente, virando destino".

Seu pai fora o primeiro cavaleiro branco que matou.

quinta-feira, novembro 03, 2005

Mais? não! mas não...

Deveria estar feliz, mas não me sinto... O peito me dói, mas não choro... Começo a escrever, mas não consigo...

terça-feira, novembro 01, 2005

Os piores concorrentes

Não sou poeta. Mas sei que os poetas são os piores concorrentes. Se algum poeta desejar conquistar a sua pretendente, reze. Só Deus poderá tirá-lo de seu caminho.

Um cavaleiro branco

Novamente outro cavaleiro branco em seu caminho.

- Eu não quero lutar com você!

- Mas eu quero!

Todos os cavaleiros brancos do passado foram vencidos. Mas ele nunca foi vencedor. Suas cicatrizes mais doídas, aquelas que doem quando o tempo esfria, foram causadas pelos cavaleiros brancos derrotados que cruzaram o seu caminho. Não quer outra cicatriz.

O branco desce do cavalo e desembainha a espada. Encara-o. Encara-o também. Segura no cabo de sua espada, mas não a empunha. Apenas mantém seu olhar fixo nele.

"Todos heróicos. Todos vítimas. Sempre eu, o vil. O mau. O negro. Sempre vivo. Para viver as dores que eles deveriam sofrer... Chega!"