- Pare!
Os gritos frenéticos de sua mãe o levaram aos aposentos de seus pais. O pai
agredindo a mãe foi a cena com que havia se deparado.
- Pare! Está ensandecido!
- Vou matar essa vadia!
- Não! E se lançou contra o pai.
Rolaram pelo chão. O pai o agarrou e o atirou contra a parede. Era um homem
grande e forte, conseguiu lançar seu filho, no auge da forma física, com
extrema facilidade.
O pai voltou-se à mãe. Chutando-a, agora. Os gritos cessaram.
O filho levantou-se, e novamente atirou-se contra o pai.
- Suplico-lhe, meu pai, pare!
O pai se desvencilhou do empecilho que lhe agarrava o pescoço, lançando-o ao
chão. E agora, voltou seus chutes contra ele.
- Garoto, vou lhe ensinar uma lição!
Enquanto recebia os golpes, notou sua mãe inerte no chão. Um desespero lhe
tomou. Conseguiu se levantar e com uma força nunca antes reunida, desferiu
um soco no nariz do pai, que não suportou a potência do golpe e quedou-se ao
chão. Percebendo que o pai não oferecia perigo momentaneamente, correu junto
ao corpo da mãe, que estava estendido.
- Mãe! Mãe! Ela não respondia. Estava desacordada. Possivelmente, morta.
Limpado o nariz sangrante, o pai se levantou. E desembainhou sua espada.
- Vou acabar com sua raça! Pegue sua espada, pois vai morrer como um
bastardo que é!
...
Acorda. O mesmo pesadelo. A mesma realidade imortalizada no subconsciente.
"O que não está no consciente, virando destino".
Seu pai fora o primeiro cavaleiro branco que matou.