terça-feira, dezembro 27, 2005

Vitória definitiva

- Os cavaleiros brancos tomavam conhecimento de parte de teu passado e, por se acharem paladinos da Justiça, desejavam, então, matar-te. E ficavam mais alvoroçados, principalmente, quando descobriam também que eras um guerreiro de altíssimo nível. Provocavam-te. Aproveitavam-se que foste mercenário para depreciar-te.

"Eles nunca tiveram nada a perder. Pelo contrário, às vezes julgavam-se lesados, por ti ou por qualquer outro, e buscavam no duelo restaurar alguma condição anterior. No mínimo, queriam ficar com a fama de ter derrotado o lendário Cavaleiro Negro das Florestas Orientais. Entretanto, meu filho, tu és e sempre foste guerreiro de alta estirpe e tens algo que todo cavaleiro deveria ter, mas que nem todos têm, principalmente estes brancos. Um bom coração. Mas apenas te depreciavas pelejando com estes desonrados."

"O sangue derramado nunca foi o teu, mas as derrotas sempre foram tuas. Pois a luta contra ti era a vitória para eles, e vencê-los, nunca trouxe mérito nenhum para ti. Por isso que apenas agora obtiveste vitória genuína. Pois recusaste as provocações deste último cavaleiro branco!"

O jovem estava sentado à mesa, em frente ao ancião que lhe falava. Olhava fixamente para ele, seu velho mestre, educador e mentor militar, e velho amigo de seu pai, que também conhecia toda sua trágica história, e escutava suas palavras atentamente.

- Não te esqueças! A única vitória que perdura é aquela obtida contra a própria ignorância! Tu vales não pelo que carregas no corpo, mas sim pelo que carregas na alma!

terça-feira, dezembro 20, 2005

?

Quantas vezes se pensa que às vezes se pensa demais?

Demenos

Meu bom humor.

Nunca é demais mesmo!

E os fins de semanas estão bons demais para suportar esses dias para lá de modorrentos!

Nunca é demais

Óleo demais para o fígado, sono demais para acordar, trânsito demais para o horário, burocratas demais para o Estado, porra! é rodízio, não sai cedo demais, mas cheguei atrasado demais para hoje, e por hoje já é demais, já é demais para o ano!

Bom dia!

Ele vê suas olheiras de sono, sua barba por fazer, seus cabelos em guerra com o pente, seu jeans e camiseta informais demais para a norma. Deve pensar, tsc, tsc, tsc... Essa cara bonitinha, esse cabelo cortadinho, bigodinho perfeitinho, essa camisa engomadinha. Experimenta morar no subúrbio, acordar antes das galinhas e atravessar uma metrópole inteira para vir trabalhar, seu almofadinha!

- Bom dia!

- Vai tomar no seu cu!

segunda-feira, dezembro 19, 2005

Sem misericórdia

- Eu sou uma pessoa boa, sou sim, mas cometi alguns erros, fiz muito mal, preciso de perdão, preciso me perdoar...

- ...

- Não matei ninguém, não roubei ninguém, não agredi ninguém, mas me sinto um bandido, um vilão, o pior dos criminosos...

- ...

- Eu me arrependo, mas a culpa não se arrevesa de mim...

- ...

terça-feira, dezembro 13, 2005

Contraparte

Não tinha uma barba como a sua, mas os cabelos eram compridos, apesar de serem negros. Os olhos eram pequenos, pareciam rasgados nos lados. E a pele morena, não tão morena como a dos mouros, mas não era pálida como a sua.

Tinha espada e armadura também, mas nunca vira umas iguais àquelas antes. E usava um tipo exótico de saia, bem diferente das dos bretões do norte.

Que tipo de guerreiro era aquele? O que fazia ali? A figura também o encarava com a mesma perplexidade. Instintivamente, e ao mesmo tempo, seguraram no cabo da espada.

sexta-feira, dezembro 09, 2005

Mocinhos

Moça, não sou bom moço. Pois se desperta o mau, verás um monstro.

quinta-feira, dezembro 08, 2005

Fora dos planos

Não planejo minha morte, mas morrerei planejando. Ou executando. Planejando e executando, um seguido do outro.

Sanguinolência

Sinto ânsias, quero vomitar, mas não me deixam. Querem o meu sangue.

E isso me faz querer sangue!

segunda-feira, dezembro 05, 2005

"Se queres paz, prepara-te para a guerra"

- Não me interessa o quanto ele pode me pagar! Não sou mais mercenário!

- Cavaleiro, sua fama é lendária. Meu senhor quer empreender uma guerra que estará à altura de magnífico guerreiro. E ele faz questão de ter os melhores em suas fileiras!

Voltara a sentir o coração palpitar e a ter motivos para gostar de estar vivo e, justo agora, a guerra o reclamava. Havia encontrado a paz e não queria deixá-la escapar de suas mãos.

- Diga a seu senhor que não lutarei guerra nenhuma!

- Cavaleiro, não entendo sua recusa. Nem meu senhor entenderá. Decerto, ele não deixará por menos tamanha desfeita.

Deu as costas e deixou-o com as moscas. Em outros tempos, teria aceitado a oferta para lutar ou teria decepado tal insolente. Só o amor consegue amansar o mais bruto dos corações.

O que mais queria era largar sua armadura e espada ali mesmo. Porém, nunca como antes, segurou tão firme o cabo de sua espada embainhada.